quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Meia-noite no jardim do bem e do mal, de John Berendt

Pessoalmente, achei a obra bastante interessante e envolvente. Desde as descrições das personagens, das situações, da cidade, da vida, etc., até ao desfecho da história. Claro que o facto de se tratar de uma obra em que tudo isto é verídico desperta muito interesse, mas penso que mesmo que não o fosse teria sentido o mesmo grau de interesse e entrega.
Toda a narrativa e os diálogos dão-nos a conhecer a vida em Savannah, uma cidade que não conheço fisicamente, mas que parece que passei a conhecer psicologicamente.
É uma obra bem escrita e desenvolvida.
Ana Saltão, 12.º B

Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano

No meu ponto de vista, Eurico, o Presbítero é uma narrativa interessante apesar de o autor dar maior relevância ao contexto histórico do que ao próprio romance em que Eurico e Hermengarda se envolvem.
Contudo, a obra é bastante enriquecedora, pois dá a conhecer ao leitor um pouco mais de cultura, da história mundial, dos valores morais que cercam o ser humano e os conflitos que este causa, bem como os valores associados à Pátria, aos costumes e à religião.
Aconselho a leitura deste livro a pessoas que se interessem por história e pretendem enriquecer os seus conhecimentos.
Daniela Santos, 12.º B

A marca do assassino, de Daniel Silva

Achei muito interessante toda a história, principalmente, o modo como a realidade e a ficção se vão articulando no desenrolar da ação e, ainda, a riqueza da malha estabelecida entre os grandes acontecimentos e os pequenos pormenores que conduzem às grandes descobertas.
Considero fantástica a obra, pois está repleta de desconcertantes, estranhas, mas também reais coincidências. Tudo se passa quando o mundo inicia uma nova corrida às armas, justificando-a com a defesa da democracia e das liberdades individuais. Intrigas, jogos de interesse, assassinatos e mistério envolvem pessoas muito próximas do presidente e do poder que representa, o que acaba por assustar e cativar.
O que menos apreciei foi a abertura do final porque, apesar de surpreendente, o mal fica livre... Contudo isso acontece para que os leitores sintam a curiosidade de ler o livro seguinte.
Margarida Silva, 12.º B

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Judia, de Edgarda Ferri

A Judia retrata de forma viva e perturbadora a figura histórica de Grazia Nasi, uma proeminente banqueira e mercadora, e a sociedade europeia do Renascimento.
A ação tem início na Lisboa de 1536. Reinava D. João III e entrava em Portugal a Inquisição, instituição católica responsável por inquéritos, processos e condenações de suspeitos de heresia. Ameaçados e perseguidos, milhares de judeus abandonam Lisboa e procuram abrigo e tolerância em Antuérpia, Veneza, Salónica e Istambul.
Ao longo de 190 páginas assistimos à comovente história da errância de um povo perseguido e torturado por motivos religiosos:
"Nesse domingo de abril, 500 marranos foram apanhados de surpresa nas suas cozinhas, nos pátios, nas hortas, na rua, e até nas igrejas cristãs onde tinham procurado refúgio. Os homens foram degolados, as crianças esquartejadas, as mulheres violadas, foram saqueadas e incendiadas as casas, os animais, as hortas, os jardins."
S.N.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cosmos, de Carl Sagan

Cosmos, que apesar de não ser uma publicação recente, continua a ser uma das obras mais lidas em todo o mundo, é, para quem gosta de ciência, uma "leitura obrigatória" e, mesmo quem não aprecia esta área, não terá qualquer dificuldade em lê-la, pois a linguagem é bastante acessível e o autor aborda assuntos complexos de forma simples e atrativa, embora a obra seja extensa.
Por outro lado, Cosmos não é um mero livro informativo sobre a história da Terra. Pelo contrário, não nos deixa indiferentes, e leva-nos a refletir sobre o nosso lugar e as nossas responsabilidades enquanto habitantes deste pequeno ponto no Universo. Neste sentido, destaco o último capítulo "Quem pode salvar a terra?", que termina com um apelo: "Devemos a nossa lealdade às espécies e ao nosso planeta. Somos nós que nos responsabilizamos pela Terra. Devemos a nossa obrigação de sobreviver não só a nós próprios, mas ao Cosmos, vasto e antigo, de onde despontámos." (p.393)
Carl Sagan foi um excelente comunicador de ciência que ficou conhecido por, neste livro e noutras publicações, ter tornado a ciência acessível ao grande público. Conhecendo melhor a longa história do Universo, é possível que o Homem o respeite mais.
João Bentes, 12.º A

A criança que não queria falar, de Torey Hayden

No geral, eu achei toda a história muito interessante e comovente, principalmente pelo facto de se tratar de uma história verídica. Ter acontecido na realidade despertou em mim um maior interesse pela obra e um maior entusiasmo na leitura.
Este tema, apesar de não ser muito relatado, é real e afeta muitas crianças. É bom saber que existem profissionais competentes que se entregam de corpo e alma aos seus alunos e conseguem transformar as suas vidas miseráveis em vidas melhores.
Um livro muito bom, que nos ajuda a estarmos atentos àqueles que nos rodeiam e que nos dá mais vontade de os ajudar, mesmo que pareçam uma causa perdida. Vale sempre a pena tentar, pois o que interessa é a intenção, e talvez os possamos ajudar mesmo com poucas palavras.
Para além disso, este livro é um exemplo de vida para qualquer pessoa, principalmente, por se centrar numa criança. É um livro com um enredo triste, mas com um final feliz.
Ana Nascimento, 12.º A

Maddie, a verdade da mentira, de Gonçalo Amaral


Aconselho vivamente a quem tiver interesse em perceber o decorrer de uma investigação mediática sobre o desaparecimento de uma criança. A obra constitui, não só uma ótima apresentação do caso, como uma boa descrição de todos os esforços da Polícia Judiciária portuguesa e da polícia estrangeira. São-nos esclarecidos todos os encobrimentos e muitos pormenores que não foram tornados públicos.
A parte mais interessante é a apresentação da tese de Gonçalo Amaral sobre o caso.
Com este livro tomamos consciência de como é difícil o trabalho da Polícia Judiciária e como é ainda mais dificultado quando se torna mediático.
Joana Pereira, 12.º A

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apenas Miúdos, de Patti Smith


Apenas Miúdos é um comovente livro de memórias que acompanha a juventude, o enamoramento e o destino radical de dois ícones norte-americanos, Patti Smith e Robert Mapplethorpe, que, no início da sua vida em comum, trocaram noites ao relento e jantares de pão do dia anterior pela arte.
O livro desenha, também, o retrato da inquietude e da subversão cultural das décadas de 60 e 70 na América do século XX.
Ao longo de trezentas páginas vemos desfilar lugares míticos da cidade de Nova Iorque, o Hotel Chelsea - casa de pintores, cantores e outros artistas malditos - o Central Park - onde Patti Smith dormiu algumas noites - e a Quinta Avenida, dos cafés, das lojas e das livrarias.
Cruzamo-nos também com mil e um nomes que marcaram o mundo da arte, do jazz e do rock'n'roll , John Coltrane, Jimi Hendrix, Andy Warhol, Bob Dylan, Jim Morrison e Janis Joplin.
Aqui fica, para aguçar apetites de leitura, uma das imagens fortes do livro:
"Entrei no quarto. Sobre uma simples cama de ferro estava um rapaz a dormir. Era pálido e esguio, com imensos caracóis escuros, e estava deitado de peito ao léu com colares de contas em redor do pescoço. Fiquei ali especada. Ele abriu os olhos e sorriu."
S.N.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Chalet da Memória, de Tony Judt

O Chalet da Memória é a história (verdadeira) de um homem, melhor de um escritor, que se despede (e se desprende) cada noite do que tem de mais seu, a memória. Todas as noites, acorrentado a um corpo quase inerte, veste de palavras um tempo que a doença tornará irrecuperável.
Apesar de retratar a experiência particular de um escritor, todos nós, comuns mortais, conseguimos identificar-nos com a dor da perda de um bem precioso.
Neste sentido, a leitura de O Chalet da Memória torna-nos mais humanos porque, se por um lado, nos dá a ver uma situação-limite, por outro, conta-nos o que todos nós já sentimos ou viremos a sentir.
S.N.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ernest Hemingway, de Hans Peter Rodenberg

O semanário Expresso lançou mais uma edição da série "A Minha Vida Deu Um Livro". Trata-se de uma coleção de biografias de personalidades marcantes, cujo simpático formato de bolso convida a ler no comboio, no jardim, na sala de espera do consultório ou onde quer que o nosso dia a dia nos leve.
A personalidade que faz a capa do primeiro volume da nova série é um escritor norte-americano do século XX.
É verdade, em muitos casos, que a vida de um autor raramente é proporcional à excecionalidade da sua obra. Contudo, a biografia de Hemingway desmente a regra. A sensibilidade, a franqueza, a simplicidade e as inquietações do seu estilo encontramo-las também na sua vida.
Se os seus romances são o palco das aventuras de heróis boémios, solitários, bravos e galantes, a biografia também revela um Hemingway mulherengo, arrebatado e corajoso.
Quem gosta de heróis imperfeitos e vidas aventurosas, encontra-os neste livro.
S.N.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O tempo entre costuras, de María Dueñas

O tempo entre as costuras é, nas palavras de Fernando S. Dragó, "um romance como os de antigamente".
Trata-se de um bom companheiro para quem gosta de passear pelo passado, imaginando que percorre as ruelas de Tânger (mesmo estando sentado em Lisboa, frente ao Tejo, no Cais das Colunas) ou as grandes avenidas de Madrid durante a Guerra Civil (mesmo vivendo num Portugal em guerra económica).
Olhando para o título, é inevitável associar as linhas do texto aos pontos, pespontos e alinhavos que Sira, a modista que protagoniza esta história de amor, traição, espionagem e guerra, vai tecendo à medida que cresce, amadurece e se transforma aos nossos olhos ávidos de leitores.
Recomendo a quem gosta de histórias habilmente construídas e minuciosamente documentadas.
Ora vejam a frase de abertura e digam se não apetece descobrir a história:

"Uma máquina de escrever arruinou o meu destino."
S.N.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Snu e a vida privada com Sá Carneiro, de Cândida Pinto

Quem nos diz que as paixões imensas e as histórias de amor avassaladoras são um produto exclusivo da ficção cor-de-rosa ou das produções hollywoodianas bem embrulhadas em fogo-de-artifício sensual, banda sonora xaroposa e cenários de sol, palmeiras e mares translúcidos talvez não conheça muito da Humanidade.
O último livro de Cândida Pinto prova-nos que a vida é bem mais surpreendente e rica do que a imaginação ficcional, quando nos revela o extraordinário encontro de Snu Abecassis e Francisco Sá Carneiro, duas figuras públicas que viveram um amor "fora da lei" num Portugal pouco dado à transgressão de costumes.
Vale a pena ler e perceber quão assombrosos e imprevisíveis são alguns encontros...
S.N.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pequena Abelha, de Chris Cleave

Aclamado pela crítica e pelo público, Pequena Abelha, pareceu-me logo nas primeiras páginas um daqueles livros destinados a transformar-se em filme. O ritmo narrativo, a qualidade das descrições, a estranheza das personagens e a originalidade da história são um convite irrecusável, em primeiro lugar, à leitura para desvendarmos o final misterioso e, em segundo lugar, àquela imaginação galopante que nos faz escolher banda sonora, cenário, actores e realizador para o filme que gostaríamos de ver num cinema perto de nós.
Quem me recomendou o livro, disse-me "o final é surpreendente e muito especial", e, de facto, a história de dois destinos que se cruzam e obrigam a uma escolha terrível (com todas as consequências que as decisões difíceis sempre trazem) prendeu-me e levou-me a acreditar que o desfecho seria extraordinário. No entanto, para meu espanto, o final foi decepcionante como aqueles embrulhos deslumbrantes que, depois de abrimos, revelam apenas uma caixa de papelão, sem cor, sem vida. Porém, vale a pena a leitura se conseguirmos fazer o exercício seguinte: parar na página 250, respirar fundo e criar o nosso próprio final.
S.N.

Rosa Brava, de José Manuel Saraiva

Para quem entende que a História é, muitas vezes, a melhor das matérias que a imaginação romanesca pode "manipular", o romance histórico oferece um festim de leitura e um autêntico deleite. Em Rosa Brava descobrimos o Portugal do século XIV, os seus conflitos internos, as guerras com Castela, as intrigas da corte, as traições e os assassínios. No centro do romance está Leonor Teles, figura controversa e mal-amada, talvez pela sua irreverência, destemor e sensualidade, qualidades pouco usuais numa mulher do Portugal de trezentos. O talento descritivo do autor faz-nos viajar no tempo e passear pelos corredores do poder como observadores privilegiados.
S.N.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Carta a D. Luís sobre as vantagens de ser assassinado, de Fialho de Almeida

Ouvia, há dias, na rádio TSF, um programa sobre Fialho de Almeida e o entusiasmo dos intervenientes a respeito desta figura da literatura portuguesa do século XIX despertou-me a curiosidade.
Sabia que havia algures numa das estantes lá de casa, arrumados numa ordem (cromático-estética) que ninguém entende senão eu, dois ou três livros do autor. Com efeito, na última e mais vertiginosa prateleira lá descobri os Contos, Literatura Gagá e Carta a D. Luís sobre as vantagens de ser assassinado. Escusado será dizer que o espantoso e sugestivo título do último volume funcionou como um íman.
A ironia assassina, a imaginação delirante, a originalidade e inventividade linguísticas, o tom cómico e mordaz das descrições foram, ao longo de 36 páginas, um poderoso estímulo à gargalhada permanente.
Ora vejam o que diz o narrador a D. Luís:
"Oh meu senhor, habilite-se! Uma reles bomba que seja. (...) Não faça caso das precauções da medicina, venha à cidade repontar c'o Zé Povinho, chamar-nos tipos, dar canelões nas nossas mulheres - fazer enfim pelo tirázio enquanto é tempo. Nestas coisas de martírio, só a primeira abordagem custa um pouco. Que transtorno faria a V.M. um balázio, sabendo a ovação que abichava depois de morto?
Ah, que vida monótona tem sido a de V. M... jantarinhos de canja magra no quarto, violoncelo quando vão artistas de S. Carlos, e como hors-d'oeuvre, a pouca vergonhazinha extra matrimonial às quintas-feiras!... V. M. carece de sair quanto antes dessa apatia."
S. N.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Que o Cão Viu, de Malcom Gladwell

Diz-se deste autor que é o "pensador mais influente do mundo", "um verdadeiro génio como contador de histórias", "um talento singular". Recomendações tão entusiásticas e laudatórias tiveram, obviamente, o condão de me fazerem querer confirmar-lhe o mérito.
Devo confessar que fico sempre um pouco de pé atrás quando leio as frases bombásticas de críticos de nomeada que os editores aproveitam para compor as contracapas dos livros dos seus autores-revelação. Porém, lida a obra, admito que me impressionaram a simplicidade e a clarividência de Malcom Gladwell na abordagem de temas tão aparentemente banais, insípidos e sem história como a coloração para cabelo, a pílula contraceptiva, a espionagem, o génio, os perfis criminais ou as entrevistas para emprego.
O livro recolhe os artigos preferidos do autor, escritos desde 1996 e publicados na revista The New Yorker. Dividido em três partes de títulos bem sugestivos ("Obsessivos, pioneiros e outras variedades de génios de segunda ordem", "Teorias, previsões e diagnósticos" e "Personalidade, carácter e inteligência"), o livro dá-nos respostas surpreendentes àquelas perguntas tantas vezes tão óbvias ou tão simples que nem nos incomodamos em formular.
Já algum dia se deram ao trabalho de perguntar: "As pessoas inteligentes estão sobrevalorizadas?". Leiam a resposta de Malcom Gladwell. Nem preciso de vos dizer que é, no mínimo, inesperada...
S.N.

terça-feira, 15 de março de 2011

Fortaleza Digital, de Dan Brown

Achei bastante interessante a temática desta obra, particularmente o modo como a acção se vai desenrolando.
Considero fantástica a maneira como o narrador descreveu as salas, os compartimentos, os programas, enfim, tudo o que diz respeito à organização secreta da qual o livro trata e, no final, gostei da volta extremamente coerente na história que conduz a um criminoso muito longe de quem se esperava.
Pode não parecer, mas este livro está mais próximo da verdade do que qualquer um de nós pode imaginar. É assustadoramente real, cheio de honra e desonra, paixão e convicção, vida e morte e amor a um país. É inevitável a conclusão a que cada um de nós chega intimamente: a complexa simplicidade do que está certo e do que está errado e poder do amor são as únicas fontes da nossa esperança.
O que menos apreciei foram as constantes mudanças de espaço, mas reconheço que são necessárias para uma melhor compreensão da obra, visto que a acção se desenrola em diversos sítios ao mesmo tempo.
Aconselho esta obra que está muito bem escrita e possui um tema bastante interessante: as novas tecnologias e a sua relação com a violação da privacidade e as conspirações.
Ao lermos este romance, percebemos melhor tudo o que a tecnologia nos ajuda a descobrir e também compreendemos como o seu avanço pode melhorar ou piorar o presente e o futuro da Humanidade.
Margarida Silva, 11.º B

Na pista de um rapto, de Harlan Coben

Esta história é um thriller cheio de suspense e o que mais cativa é que o autor nos leva a mudar, repetidamente, a nossa orientação de raciocínio. Primeiro parecia que o rapto era a consequência de um assalto que terminou mal, depois que se tratava de um rapto que acabou em homicídio e, no decorrrer da história, o autor cruza uma série de outras histórias que, à partida, parecem nada ter a ver com a situação de Tara, mas que passado um tempo começam a fazer algum sentido, para chegarmos ao fim e percebermos que o rapto foi a consequência de um conjunto de acções erradas que, supostamente, eram feitas pela razão certa.
Consegui ver em Mark aquilo que a maioria dos pais faria... A dedicação em encontrar a filha, fazendo o possível e o impossível para encontrar a menina. Algo que também despertou a minha atenção foi o final do livro, quando Mark e o casal que, entretanto, tinha ficado com Tara, decidiram criá-la em conjunto, para que ela não se tivesse que afastar daqueles a que agora chamava pais e para não a afastarem do verdadeiro pai.
É um livro que aconselho a todos.
Sara Costa, 11.º B

O Perfume, de Patrick Suskind


Gostei bastante da obra O Perfume pois trata-se de uma história completamente diferente daquelas que costumamos ler. É uma história estranha, entusiasmante, com um final surpreendente e que prende a atenção do leitor. As descrições apresentadas descrevem na perfeição os odores que pretendem transmitir.
É no geral um livro muito interessante, bastante distinto de todos os outros, que nos ensina vários aspectos acerca de cheiros e odores, e que nos faz compreender como o comportamento da sociedade e de todos os que nos rodeiam, nos consegue marcar, na medida em que Grenouille se compromete a criar um perfume único, para chamar a atenção e ser reconhecido pela sociedade. Por outro lado, Grenouille é também um ser que despreza os outros seres humanos, apenas interessando-se pelos odores do mundo e pela busca de um perfume absoluto, o qual seria o seu propósito de vida.
Para finalizar, considero a história tão intensa, envolvente e perturbadora, e o seu protagonista tão puramente e inocentemente descrito, que tomamos seu partido e nos esquecemos que ele, realmente, é um assassino.
Ana Saltão, 11.º B

O Mundo em que Vivi, de Ilse Losa

Na minha opinião foi bastante benéfica a leitura da obra em questão, pois proporcionou-me uma reflexão sobre o mundo de antigamente e posso, assim, compará-lo com a realidade em que vivemos.
Esta obra fez-me perceber o quão horríveis eram as condições de vida no tempo do apogeu Nazi e como as pessoas, ainda assim, eram ingénuas e esperançosas. Pude concluir que nos dias de hoje as situações não são nada parecidas e é um privilégio ter direito às condições e oportunidades de vida que nos são dadas ou oferecidas. Tais privilégios não existiam na época que o livro retrata e as personagens tinham que se esforçar para os conseguirem alcançar. Tudo o que hoje em dia não nos parece "nada de especial" (conseguir um emprego sem ser discriminada pelas origens) para as personagens deste livro certamente fariam uma grande diferença nas suas vidas.
Rute Azenha, 11.º B

O sorriso das estrelas, de Nicholas Sparks


O sorriso das estrelas é um livro que nos dá muitas lições de vida, nomeadamente, que "não vale a pena chorar sobre o leite derramado", apenas os momentos bons temos de recordar.
Neste livro é visível a força que uma mulher tem para conseguir seguir em frente, quando tudo o que lhe acontece não é um incentivo. Este livro não fala apenas de perdas, mas também de ganhos.
É um livro fascinante que nos ensina que podemos sempre recuperar das desilusões que sofremos e que podemos sempre lutar pela felicidade. Mostra-nos o quanto é importante pensar nos bons momentos para superar os maus, e que todos temos uma segunda oportunidade quer seja no amor, quer seja noutra situação.
É uma prova de que, quando menos se espera, as estrelas voltam a sorrir!
Daniela Santos, 11.º B

Os Ingredientes do Amor, de Nicky Pellegrino


Posso afirmar que Os Ingredientes do Amor é um romance muito simpático e interessante, no qual qualquer pessoa consegue encontrar alguma personagem idêntica a si própria. É uma leitura leve e que nos absorve pelo facto de contar histórias muito reais com as quais convivemos no dia-a-dia. Por outro lado, alerta-nos para uma situação muito curiosa que é o facto de os mais novos aprenderem muito com os mais velhos, mas também dos mais terem de aprender bastante com os mais novos. No fundo, esta obra é um cruzamento de gerações onde lições de vida são dadas a entender, por muito difíceis que sejam...
João Monteiro, 11.º B

A Tempestade, de Vince Cable

Nós, os jovens, vivemos um pouco afastados do mundo da Política e da Economia. No entanto, a crise que reina na Europa afectar-no-á certamente, por isso está na altura de começarmos a compreender o fenómeno que compromete o nosso futuro. Assim, decidi começar por este livro, que, de forma relativamente simples, procura apontar as razões para um fenómeno tão complexo.
Confesso que não foi uma leitura fácil, pois não domino convenientemente a linguagem da Economia. Palavras como subprime, activos tóxicos, vaga especulativa Kipper-und WIpperzeit, deflação... eram totalmente desconhecidas para mim e, umas ou outras, continuam a sê-lo, mas considero que fiz a minha iniciação ao mundo da Economia com a leitura do livro A Tempestade, que me permitiu ficar a conhecer alguns factos que estão na origem da crise mundial, bem como ficar a conhecer algumas das consequências que podem resultar da crise, que começou por ser económica e financeira, mas que se tornou também social.
João Bentes, 11.º A

Diário de Sofia & Companhia, de Luísa Ducla Soares

Neste livro estão presentes temas da actualidade que nos fazem reflectir sobre a maneira como encaramos a vida. Remete-nos também para assuntos de extrema importância e ajuda-nos ainda a compreender de um modo mais "adolescente" quais os seus efeitos na nossa vida.
Ao ler este livro sentimos que alguém nos compreende, algo que por vezes os adultos não conseguem, e revêmo-nos de certa forma em muitas das observações de Sofia.
Cláudia Marques, 11.º A

Antes de te esquecer, de Melissa Hill

No início da história, Abby era uma rapariga triste, chorosa, que vivia no seu mundo, distanciada da sua família e amigos. Ao longo do livro deparei-me com o crescimento da personagem, o que se tornou agradável de ver porque Abby mudou completamente. Após um acidente, Abby deparou-se com um diagnóstico muito duro: não havia garantias de que ela pudesse manter todas as suas memórias. Poderia, simplesmente, perder todas as suas memórias a longo prazo. No entanto, Abby em vez de admitir a derrota, decidiu lutar contra a sua situação, determinando assim que as memórias poderiam ser mantidas se fossem marcantes e poderosas o bastante.
Um livro impressionante, que não consegui para de ler.
Através da história de Abby a autora faz-nos reflectir sobre as nossas prioridades. Sem darmos conta andamos sempre ocupados. Dedicamos todo o nosso tempo ao trabalho e "desligamo-nos" um pouco dos amigos e familiares. Depois, de um momento para o outro, a nossa vida muda e podemos querer recuperar esse tempo perdido e não o conseguir por ser tarde demais.
Um livro fantástico com um final surpreendente que me deixou maravilhada.
Ana Nascimento, 11.º A

quarta-feira, 9 de março de 2011

Don Juan, de Gonzalo Torrente Ballester

Dos mais jovens aos mais velhos já todos, algum dia, ouvimos falar do famoso sedutor andaluz Don Juan. E aposto que a mera menção do nome faz despertar alguns sorrisos malandros porque todos temos no nosso círculo de amigos ou conhecidos o nosso próprio Don Juan, um impenitente conquistador, sempre pronto a lançar os seus olhares fatais a mais uma rapariga bonita. A verdade é que só as personagens mais extraordinárias e "humanas" conseguem a proeza de ficar no nosso imaginário e sobreviver, sempre jovens, à passagem dos anos.
Também por essa razão podemos dizer que é longa a lista de artistas que tomaram Don Juan como fonte de inspiração para obras que vão da ópera à pintura, passando pela literatura.
Em matéria literária, gosto especialmente do Don Juan de Gonzalo Torrente Ballester, um herói inconformado, destemido, sempre pronto a enfrentar quem se atravessa no caminho das suas convicções, e, talvez mais importante, um verdadeiro admirador da Mulher (afinal quatro séculos de aventuras não podem deixar de conferir grandes conhecimentos acerca da alma feminina!).
Aqui fica, como convite à leitura, um excerto do romance:
"- Não há quem entenda as mulheres.
- Não digas asneiras.
- A máxima faz parte da minha filosofia pessoal. Acho que as mulheres são como as ondas do mar. Sabe-se, porventura, a causa do seu movimento? Alguém já averiguou porque é que o mar é imenso e misterioso? No entanto, banhamo-nos nele e às vezes conseguimos navegá-lo. Às mulheres acontece-lhes o mesmo: são imensas, misteriosas e móveis."
S.N.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O Toque de Midas, de Colleen McCullough


O Toque de Midas conta a história de Alexander Kinross, um jovem escocês de parcos recursos financeiros, mas determinado em vencer na vida. Muito cedo troca a sua Escócia natal por esse grandioso país-continente, a Austrália. Aí constrói um império, casa com Elizabeth, uma tímida jovem de 16 anos, que nunca o amará e encontra Ruby, extrovertida e sensual, que virá a ser sua amante.
As histórias das vidas destas três personagens cruzam-se com as de outras figuras igualmente inesquecíveis e no final do livro, depois de muitas reviravoltas, somos surpreendidos com uma revelação espantosa e chocante.
S.N.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Livros Digitais


Para os leitores mais "tecnológicos", para os que trocam o papel pelo ecrã, para os que gostam de experiências novas, enfim, para quem gosta de ter num só clique grandes obras a custo zero aqui fica a sugestão de um sítio a visitar: http://lerebooks.wordpress.com

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dez Mil Guitarras, de Catherine Clément


Há livros que nos conquistam, de forma fulminante e até talvez um pouco irracional, por aparências que, como todos sabemos, podem ser enganadoras (quantas vezes estas seduções imediatas não escondem decepções...).
O meu "caso" com este livro começou pelo título, Dez Mil Guitarras. Quando o li soou-me a poesia, a música, a pintura. Com todas estas artes misturadas, construí logo uma história fabulosa. Claro que não me ia deixar conquistar "ao primeiro título", precisava de provas. Abri na página 13 e li as últimas duas linhas... Fiquei rendida: "Quando o sol se ergueu sobre o campo de batalha, ficaram dez mil guitarras na areia, abandonadas em Alcácer-Quibir."
Recomendo a quem gosta de histórias fabulosas, cheias de descobertas, viagens, magias e encantamentos.
S.N.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os homens que odeiam as mulheres, de Stieg Larsson

Recomendaram-me, há largos meses, este estranho policial. Olhei para o título (no mínimo exótico), para a sombria fotografia da capa, para o aviso amarelo "10.ª edição", para o número de páginas impressas (539!) e deixei-o na estante da livraria.
Quem consegue, hoje, com as vidas tão cheias de pressa e os dias tão agitados, ler um livro de mais de cinco centenas de páginas?
Não sei bem como nem porquê, mas dei comigo há dias a contrariar esta primeira recusa. (Ah! Afinal lembro-me porquê. Uma amiga disse-me "Como eu gostava de ser como a Salander e resolver algumas vinganças tão eficazmente!"). A curiosidade venceu-me e li o livro quase de um só fôlego, madrugada dentro, esquecida de que às oito horas e quinze minutos teria que estar na aula, acordada e vigilante... Claro que nos dias seguintes, sob o efeito de uma poderosa insatisfação, devorei os restantes dois volumes da trilogia Millenium, A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo e A rainha no palácio das correntes de ar.
Recomendo, vivamente.
S.N.

Os Pioneiros, de Luísa Beltrão

Para quem gosta de histórias dentro da História, de observar as vidas de pessoas que de facto existiram, aqui fica a recomendação d' Os Pioneiros, primeiro volume de uma tetralogia que acompanha sucessivas gerações de uma família.
É uma forma quase íntima de viver o passado, os acontecimentos históricos e os ambientes, como se deles fizéssemos parte.
Ler Os Pioneiros é como ouvir as histórias de família tantas vezes contadas e recontadas na nossa infância, aquelas que nos fazem rir de um tio desastrado, sonhar com um irmão aventureiro, tremer face a um avô severo...
S.N.

As Pequenas Memórias, de José Saramago

Muito se tem escrito sobre José Saramago, recente prémio Nobel da Literatura, e sobre a sua vasta e diversa obra. Amado ou odiado por razões quase sempre alheias à sua qualidade literária, Saramago revela-se-nos de forma comovente e enternecedora nesta breve evocação da infância.
Esqueçam as polémicas, as convicções políticas, as opiniões controversas e descubram Saramago menino.
Aqui fica, para aguçar o apetite, um excerto da obra:
Tu estavas, avó, sentada na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabias e por onde viajarias, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e disseste, com a serenidade dos teus noventa anos e o fogo de uma adolescência nunca perdida: "O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer."Assim mesmo. Eu estava lá.
S.N.