quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Judia, de Edgarda Ferri

A Judia retrata de forma viva e perturbadora a figura histórica de Grazia Nasi, uma proeminente banqueira e mercadora, e a sociedade europeia do Renascimento.
A ação tem início na Lisboa de 1536. Reinava D. João III e entrava em Portugal a Inquisição, instituição católica responsável por inquéritos, processos e condenações de suspeitos de heresia. Ameaçados e perseguidos, milhares de judeus abandonam Lisboa e procuram abrigo e tolerância em Antuérpia, Veneza, Salónica e Istambul.
Ao longo de 190 páginas assistimos à comovente história da errância de um povo perseguido e torturado por motivos religiosos:
"Nesse domingo de abril, 500 marranos foram apanhados de surpresa nas suas cozinhas, nos pátios, nas hortas, na rua, e até nas igrejas cristãs onde tinham procurado refúgio. Os homens foram degolados, as crianças esquartejadas, as mulheres violadas, foram saqueadas e incendiadas as casas, os animais, as hortas, os jardins."
S.N.

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