segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

De amor e de sombra, de Isabel Allende


São vários os motivos que tornam De amor e de sombra um dos romances mais cativantes de Isabel Allende: relata uma história de amor, retrata a desumanidade do regime de Augusto Pinochet, destaca a utopia e o idealismo dos valores marxistas, a ignorância e a pobreza espiritual de uma parte significativa da população chilena, o apoio cego ao regime ditatorial e a vida decrépita dos velhos cujos parentes são dados como desaparecidos.
Na minha opinião, este romance histórico revelou-se muito interessante e enriquecedor, pois para além de apresentar uma escrita cativante, aumenta os nossos conhecimentos relativamente a um período sangrento da História do Chile - os dezassete anos de Pinochet no poder. Pude conhecer mais sobre o terror e a injustiça vividos nesse período, sobre o fracasso económico, a acentuada desigualdade social, a brutalidade do sistema e a corrupção das autoridades, a par do grande número de exilados que tiveram que fugir da sua pátria para escapar aos abusos do sistema.
Penso que o título atribuído à obra está muito adequado, visto que é nas sombras do poder e do abuso, cada vez mais pressionados pelas injustiças e pelo ódio, que o amor de Irene e Francisco se desenvolve, como força contrária.
Concluindo, aconselho este livro porque é uma história apaixonante e fascinante que nos cativa desde o primeiro momento e que tem como cenário uma dos mais importantes períodos da História chilena, conferindo-nos mais cultura e conhecimento sobre a História mundial e sobre os regimes ditatoriais.
Mafalda Jorge, 10.º A

O Padrinho, de Mario Puzo


Neste livro, para mim, o aspeto mais importante foi poder conhecer um pouco a organização da Máfia, embora de forma ficcional. Foi possível reconhecer os valores pelos quais se regiam os membros desta organização.
Apesar das ações horríveis que faziam ou mandavam fazer, os valores da amizade e da família estavam sempre presentes nas suas mentes.
Também é visível no livro a ideia de que, com persistência e ambição poderemos sempre contornar o "sistema".
É um livro intemporal, pois a sua ação constante e os planos engenhosos da "cosa nostra" contagiarão qualquer pessoa. O livro foi brilhantemente transposto para o "grande ecrã", tornando-se um dos maiores êxitos da história do cinema.
Aconselho vivamente a sua leitura e posterior visualização do filme.
Tomás Marques, 10.º A

"Mago", de Miguel Torga


"Mago" narra a história de um gato que, na minha opinião, se deixa comprar por uma vida mais fácil. Tinha uma dona que lhe fazia tudo, embora ele por vezes não gostasse disso.
Penso que este gato, o Mago, deveria ter ficado e vivido a sua vida como os seus amigos vadios. No entanto, decidiu trocar essa vida por uma mais fácil. Se Mago tivesse decidido ser livre, como os seus amigos, e lutasse pela comida, pelos seus "engates", talvez tivesse mais gozo e, se calhar, sentir-se-ia vencedor. Vencedor porque teria lutado pelos seus sonhos. 
Penso que nos dá muito mais gozo se conquistarmos algo do que deixarmos que o façam por nós. Acho que é melhor não nos deixarmos ir pelo conforto. É preferível lutarmos por aquilo que nós merecemos, para que tudo tenha mais valor.
Em relação ao Mago, penso que ele deveria ter ficado com os seus amigos e, talvez não tendo uma vida de conforto, mas uma vida esforçada, saísse sempre vencedor.
João Sousa, 10.º A

Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins


No geral, eu gostei desta obra. Já tinha visto a versão cinematográfica do livro, e foi essa a razão para escolher esta leitura. Ao ver o filme, a história despertou-me interesse, fez-me querer conhecer mais pormenores e, nada melhor para isso que ler o livro.
A história contada no livro contém muitos mais detalhes e cenas do que o filme, pois neste último a intriga é resumida apenas para gerar um interesse geral. Num livro, a intriga tem que ser narrada de modo a que o leitor consiga imaginar todos os espaços e situações e é o que acontece nesta obra. Quando estamos a ler sentimos que estamos diretamente na pele de Katniss Everdeen, que estamos no prado a caçar, que estamos no recinto dos jogos a lutar pela vida, que somos lutadores pela revolução.
O livro permite ao leitor puxar pela sua imaginação, imaginar os locais, as pessoas e tudo à sua volta, já para não falar no romance gerado em torno das personagens Katniss e Peter, que é para mim o ponto alto da história.
Concluindo, é um ótimo livro, de fácil leitura e estimulante para a nossa mente.
Miguel Gézaro, 10.º A

Marley & Eu, de John Grogan


Gostei muito de ler este livro. O autor faz ver às pessoas que há várias maneiras de exprimir sentimentos e que os animais são como os humanos e também sabem exprimi-los. Muitas vezes essa capacidade dos animais não é reconhecida pelos donos, o que é uma pena.
Aconselho a lerem o livro porque irão ficar mais sensíveis e isso ajuda, pois faz com que percebamos melhor os verdadeiros problemas da vida, faz-nos crescer.
Inês Silva, 10.º A

Alta Definição A Verdade do Olhar, de Daniel Oliveira


Adorei ler este livro porque não é maçudo e conta histórias reais da vida. Sem mentiras nem enfeites de palavras, fala-nos dos verdadeiros sentimentos de cada entrevistado.
A entrevista de que mais gostei foi a de Diana Chaves, pela vida que teve sem o pilar fundamental que é a nossa mãe. Conseguiu vencer e chegar onde chegou com o grande apoio do pai e das irmãs. Hoje é uma mulher de sucesso e de valores, sem ambicionar ter o que não precisa: "Nós temos aquilo que temos e temos de viver com isso".
Este livro é uma lição de vida e de aprendizagem.
Bernardo Ferreira, 10.º A

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

D. Pedro, o Rei-Imperador, de Javier Moro


Há uns meses falaram-me de um livro magnífico sobre D.Pedro I. Fui procurá-lo nas livrarias e descobri que apenas existia na versão original em castelhano. Por não saber o idioma, nada mais podia fazer que não esperar a tradução para português. Ao longo de semanas fui consultando a net à procura de novidades e, nada...
Entretanto, há dias, numa das minhas visitas regulares à livraria do bairro, na mesa das novidades, lá estava ele! 
Li-o de um fôlego e só posso dizer-vos que valeu a espera. 
Já tinha lido O Coração do Rei, de Iza Salles e desde então ganhei uma enorme curiosidade sobre a figura paradoxal e excessiva de D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal. Líder em dois continentes, viveu uma existência atribulada e explosiva, movida por paixões avassaladoras que o levaram quer ao abismo quer à glória.
É destas figuras imensas e exuberantes que nascem as personagens que mais nos emocionam, nos enriquecem e nos acompanham mesmo depois de fecharmos os livros.
S.N.

Imagine, de Jonah Lehrer


A velha curiosidade de sempre que é o mistério do nosso cérebro levou-me a descobrir Jonah Lehrer. Duplamente licenciado em Literatura Inglesa e Neurociências, com umas passagens por restaurantes fine cuisine, escreve sobre esse órgão-mor das nossas vidas e deita por terra umas quantas ideias-feitas que o senso comum toma por certezas. 
Comecei com Imagine que acaba com o mito de que a criatividade é mero fruto do acaso ou de uma qualquer inspiração divina. 
O autor leva-nos aos estúdios da Pixar, onde as mais brilhantes ideias surgem nos lugares mais improváveis; a laboratórios de tecnologia, onde nascem produtos tão inspiradores como o post it;  ao cérebro de Bob Dylan, de onde surgiram canções que ainda hoje surpreendem ou do designer Milton Glaser, criador dessa marca que todos, em todo o mundo, conhecem mesmo sem saberem inglês: I N Y. 
No fim do livro percebemos que, afinal, qualquer um de nós pode desenvolver a criatividade e que, às vezes, basta um duche quente para desbloquear as ideias mais geniais.
S.N.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Segundo Livro da Ignorância Geral, de John Loyd e John Mitchinson


Trata-se de um livro interessante, com um caráter utilitário, que melhora os nossos conhecimentos e a nossa cultura geral. De facto, não sendo eu muito apreciador de livros de ficção, prefiro este tipo de leitura, mais baseada em factos reais e, preferencialmente, ligados à ciência.
Por outro lado, também gosto da organização do livro. O sistema de perguntas e respostas ajuda na compreensão e na leitura. Como as perguntas estão formuladas de forma a despertar a curiosidade do leitor, é quase irresistível a leitura da pergunta seguinte e, obviamente, da resposta.
Também gostei da linguagem utilizada, que é simples, direta e factual. Isto é, os autores privilegiam os factos, que são transmitidos de forma muito direta, o que nos permite compreender e assimilar a informação. Além disso é totalmente o meu estilo de escrita, cómico e recheado de ironia.
Em síntese, é um livro muito interessante. Depois de o ler fiquei com vontade de conhecer os outros dois, do mesmo género, publicados em Portugal.
João Bentes, 12.º A

Um Natal Que Não Esquecemos, de Jacquelyn Mitchard


Esta história podia ser a de qualquer um: uma doença que chega para abalar e mudar radicalmente a vida de uma família vulgar que se encontra numa época feliz, a época natalícia.
Aconselho a leitura deste livro, pois a autora fez um ótimo trabalho ao mostrar-nos como a vida das pessoas está dependente dos outros e ao revelar-nos as variadas maneiras de lidar com uma notícia de quase sentença de morte.
O mais importante no livro é a maneira como a Laura prepara a família para a sua morte, pois ela interessa-se essencialmente em preparar o marido para o quotidiano.
Esta é uma obra bem conseguida, tem uma história que nos envolve, que tanto nos faz rir como emocionar. Sentimo-nos embalados por toda a história.
Joana Pereira, 12.º A

A Lua de Joana, de Maria Teresa Maia Gonzales


Este livro foi uma surpresa para mim, comecei a lê-lo com o receio de não gostar porque o tema é bastante pesado e poderia logo nas primeiras linhas colocá-lo de parte, mas, quando dei por mim, já o tinha lido em pouco mais de uma hora.
O relato da Joana explica tão bem por que muitas vezes os adolescentes entram no mundo da droga! Quase sempre através dos outros, ou pelo motivo da exclusão, ou para perceber o porquê.
Foca também a importância que a família tem na perceção deste e de outros problemas que os adolescentes atravessam. A importância de que os pais esteja atentos, disponíveis, que transmitam regras mas também, e igualmente importante, demonstrem afetos, tão importantes na formação dos jovens.
Esta história é infelizmente o retrato de muitas famílias, devido à correria com que se vive o dia a dia, quase sem tempo para que se reunam numa simples refeição familiar. Que estas histórias sirvam de alerta para que as famílias se reorganizem e determinem prioridades, porque mais importante que a carreira, são os filhos e a família.
Na contracapa deste livro está escrita uma mensagem do Padre Feytor Pinto e que resumidamente diz qual a intenção desta história. "Ao lermos A Lua de Joana, não podemos deixar de pensar na forma como, muitas vezes, relegamos para segundo plano aquilo que realmente é importante na vida. Este livro alerta-nos para a importância de estarmos atentos a nós e ao outro, e de sermos capazes de, em conjunto, percorrer um caminho que conduza a uma vida plena...".
Sara Costa, 12.º B 

Esteja eu onde estiver, de Romana Petri


Pessoalmente, achei a obra bastante interessante, pelo facto de o enredo atravessar várias gerações e momentos que ficaram marcados na história de Portugal, como a Revolução dos Cravos, mas também pelas personagens extremamente bem descritas e caracterizadas.
Eu vejo este livro como uma homenagem a Lisboa e, principalmente, à maternidade e a todos os sacrifícios que esta exige. Nas palavras de Romana Petri, "isto não é a maternidade, é a epopeia da maternidade".
Ana Saltão, 12.º  B

O Código Da Vinci, de Dan Brown


Com a leitura deste texto pude conhecer melhor parte da história das obras de arte e o seu mistério. Também consegui encontrar algumas explicações que considero lógicas e com fundamento para alguns assuntos respeitantes à religião.
Gostei de ler este livro e confesso que me despertou muita curiosidade para ler as outras obras do autor, visto que Dan Brown se costuma focar em assuntos polémicos e faz muita pesquisa para tentar explicar certos temas. O conhecimento desses assuntos concede-nos um aumento de cultura geral e uma maior capacidade de entender determinados aspetos da História do mundo.
Carlos Cardoso, 12.º B

O Sétimo Herói, de João Aguiar


Eu penso que este livro nos faz pensar na nossa relação com os outros. Mundos diferentes, personagens de aspeto diverso, mas que se relacionam, estabelecem laços, convivem e se tornam amigos. Aceitar a diferença é essencial.
Também neste livro a luta entre o bem e o mal, entre a magia branca e a magia negra nos leva a refletir sobre o combate que todos temos de travar diariamente contra o que não nos parece correto. A força física, mas sobretudo as nossas capacidades intelectuais devem ser colocadas ao serviço do bem.
Por fim, mas não menos importante, uma mensagem de luta pela preservação do meio ambiente. Afinal, Mimi queria destruir espaços verdes, árvores, o meio ambiente, e é isso a que assistimos muitas vezes no nosso mundo, quando paraísos como a Amazónia são destruídos por "monstros" sem escrúpulos.
Um indivíduo tímido, "olhos duplos", intelectual, que parte à aventura com um exemplar de A Ilíada e outro de A Odisseia, pode tornar-se num herói.
Todos nós podemos ser heróis, de espírito aberto à aventura e sempre procurando lutar pelas causas justas.
João Sousa, 12.º B