terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Uma Homenagem à Língua Portuguesa


A VIAGEM DO ELEFANTE, de José Saramago

Estamos em 1551 e D. João III quer agradar a Maximiliano da Áustria, casado com uma filha do Imperador Carlos V. Oferece-lhe então um elefante indiano, como presente de casamento tardio mas original. Um gesto político numa época de cisões religiosas, em que o paquiderme simboliza o esplendor lusitano.
Esta é a odisseia do elefante Salomão e da sua atribulada travessia pela Europa. Um olhar sobre a humanidade, em que o sarcasmo se conjuga sabiamente com a compaixão pelas fraquezas humanas.

" Se A Viagem for o último, dá-me uma grande satisfação. Porque não sendo um testamento, é, além do mais, uma homenagem à Língua Portuguesa."
José Saramago in Jornal de Letras

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A Voz do Coração, de Rosa Lobato de Faria


Apesar do consumismo, o Natal continua a ser uma das alturas mais felizes do ano . Ler livros e contar histórias há muito que já entrou nos hábitos de várias famílias, nesta quadra tão especial.
O novo livro de Contos de Natal de Rosa Lobato de Faria, intitulado “A Voz do Coração”, tema de um dos contos, certamente que fará as delícias de miúdos e graúdos. As ilustrações, assinadas por Rita Antunes, estão muito bem conseguidas. E os contos da conhecida escritora também são uma delícia. Simples ao máximo, mas é nesse simplicidade que nos revemos! Tocou-me especialmente o conto em que o desejo de Natal era apenas : “que o meu pai saísse às 17h30”. Não seríamos todos mais felizes se conseguíssemos chegar a casa a horas de brincar com os nossos filhos? Esta é mais uma sugestão de leitura e presente de Natal! Afinal não podemos deixar morrer a ideia romântica da lareira acesa e de uma criança sentada num colo a ouvir contar uma história.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sonhos de Natal, um livro de António Mota



Sonhos de Natal é mais um título a que, nesta quadra, apetece voltar. Na verdade, este livro de António Mota, com ilustrações de Júlio Vanzeler, tem o dom especial de nos fazer conviver com um singular ambiente natalício, já esquecido, talvez, por muitos de nós. Nesta narrativa relatada por uma voz infantil e sempre na primeira pessoa, a acção situa-se num pequeno espaço rural, a aldeia Pedra de Hera, e tem como protagonista o próprio narrador. Manuel, o narrador, conta, assim, a sua própria história, uma história que se passou há muito tempo, num tempo em que televisão, vídeo e jogos de computador ainda não existiam e em que o Natal era preparado com o tempo, com a paciência e com a atenção que, por exemplo, a apanha do musgo e a elaboração de um presépio exigem. O Natal de Manuel e dos seus companheiros de escola e de aldeia é, com efeito, o Natal na sua forma essencial, é um Natal em que crianças e idosos partilham tarefas, em que se sonha com o Menino Jesus, em que se espera ansiosamente pela manhã para ver os presentes deixados no sapatinho ou em que a família se reúne em volta de uma mesa na qual não falta o bacalhau cozido. O espírito de amizade, de união e de entreajuda, bem como a alegria do reencontro familiar – o pai de Manuel, ausente no Brasil, regressa a casa – ou uma série de quadros típicos do imaginário infantil – como o medo da noite e das bruxas – pontuam toda a narrativa, despertando empatia no leitor.
Deixamos aqui um excerto da preparação do presépio: «A primeira coisa a ir para dentro da gruta foi o musgo. Com muito jeito alcatifámos o chão com mantas fofas e verdes que fomos tirando das cestas. As heras foram crescendo em redor. E, de repente, o interior da gruta transformou-se numa serra verdinha, com arvoredo e cheia de pasto, a precisar de um rebanho de ovelhas e de alguns pastores. (…) Feita com espigas de trigo, saiu da caixa uma manjedoura. Era uma boa ideia. Se chovesse ou nevasse, aquela manjedoura serviria para lá pôr o feno seco para o rebanho comer. Outro pastor chegou. Aquele pastor, que era ainda rapazinho e tinha um chapéu roto na cabeça, foi pôr-se junto dos cordeiros. E fez muito bem. Aquela serra não estava vigiada. Se aparecesse um lobo, os cordeiros, coitaditos, nem sequer teriam tempo de chamar pelo cão. Depois apareceu uma vaca (…). Do outro lado veio encostar-se um burrinho. Logo depois apareceu S. José e foi encostar-se à manjedoura. Atrás de José, veio Maria. O burrinho, a vaca, José e Maria estavam a olhar para a manjedoura. Bem se via que estavam preocupados. O bafo muito quente saía das narinas da vaca e do burrinho e aquecia a palha da manjedoura. Uma estrela prateada apareceu no cimo da gruta, bem perto de um galo que não parava de cantar. Finalmente, muito gorducho, sempre a rir, só com uma fralda de pano no corpo, o Menino Jesus foi posto na manjedoura. Depois ficámos bastante tempo a olhar. A olhar. Calados. O silêncio era tão grande naquela gruta que até parecia que ouvíamos o Menino Jesus a respirar tranquilamente.»

Sonhos de Natal é, pois, um livro em que a infância e a memória andam de mãos dadas com um delicado espírito natalício. Sonhos de Natal, de António Mota e Júlio Vanzeler, uma leitura pela tradição e pelos afectos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Natal do Sr. Scrooge, um conto de Natal de Charles Dickens



O Natal do Sr. Scrooge narra a história de um velho sovina que acha que o Natal é um monte de disparates. Homem solitário, tem uma firma onde emprega o seu jovem sobrinho, pobre de recursos mas rico em sentimentos, a quem trata e julga como um miserável. Na véspera de Natal e estando sozinho em sua casa, recebe a visita do fantasma do seu antigo sócio Marley, que lhe comunica que nessa mesma noite irá receber a visita de três espíritos: O do Natal Passado, O do Natal Presente e o do Natal Futuro. Mesmo falando com o fantasma de Marley, Scrooge escarnece do assunto e, após a partida do fantasma, decide voltar a adormecer. Até que quando bate a uma hora da manhã, Scrooge é acordado por terríveis pancadas que anunciam o espírito do Natal Passado. Sucessivamente e nessa noite, surgem-lhe os três fantasmas anunciados que o levam a visitar algo ou alguém, provocando assim uma completa transformação da personalidade de Scrooge, transformando-o num homem bom, generoso e honesto.
A mensagem é simples mas bonita: Bondade, amizade, união familiar e generosidade. São estes, talvez, os quatro pilares do Natal e, não deixa de ser tocante e marcante a transformação que é operada em Scrooge, fazendo-o ver o quanto é errado o seu comportamento e que ainda há pessoas que o amam.


Sinopse de O Natal do Sr. Scrooge, de Charles Dickens

domingo, 14 de dezembro de 2008

O Suave Milagre - Um Conto de Eça de Queirós


Ora entre Enganin e Cesareia, num casebre desgarrado, sumido na prega de um cerro, vivia a esse tempo uma viúva, mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro peito a que ele o criara para os farrapos da enxerga apodrecida, onde jazera, sete anos passados, mirrando e gemendo. Também a ela a doença a engelhara dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que uma cepa arrancada. E, sobre ambos, espessamente a miséria cresceu como bolor sobre cacos perdidos num ermo. Até na lâmpada de barro vermelho secara há muito o azeite. Dentro da arca pintada não restava um grão ou côdea. No Estio, sem pasto, a cabra morrera. Depois, no quinteiro, secara a figueira. Tão longe do povoado, nunca esmola de pão ou mel entrava o portal. E só ervas apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves maléficas sobrava o sustento!
Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher escutava, com os olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah esse doce rabi! quantos o desejavam, que de desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia, como o sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia. Obed, tão rico, mandara os servos por toda a Galileia para que procurassem Jesus, o chamassem com promessas a Enganim; Sétimo, tão soberano, destacara os seus soldados até à costa do mar, para que buscassem Jesus, o conduzissem, por seu mando, a Cesareia. Errando, esmolando por tantas estradas, ele topara os servos de Obed, depois os legionários de Sétimo. E todos voltavam, como derrotados, com as sandálias rotas, sem ter descoberto em que mata ou cidade, em que toca ou palácio, se escondia Jesus.
A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pelo duro trilho, entre a urze e a rocha. A mãe retomou o seu canto, a mãe mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse rabi que amava as criancinhas, ainda as mais pobres, sarava os males, ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça engelhada:- Oh filho! e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos, à procura do rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areais e colinas, desde Chorazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e nossa dor mora connosco, dentro destas paredes e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?
A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:- Oh mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!E a mãe, em soluços:- Oh meu filho como te posso deixar! Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:- Mãe, eu queria ver Jesus...E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança:
- Aqui estou.

"O Suave Milagre", de Eça de Queirós in Gloria in Excelsis - As mais Belas Histórias de Natal, antologia de Vasco Graça Moura (texto com supressões)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Saramago e o Natal


"Porquê?", pergunta a Professora à Menina que fez o desenho. A Menina não responde. Talvez mais nervosa do que quereria mostrar, a Professora insiste. Há na sala os risos cruéis e os murmúrios de troça que sempre aparecem em ocasiões destas. A menina está de pé, muito séria, um pouco trémula. E responde, por fim: "Pintei a neve preta porque foi nesse Natal que a minha mãe morreu".

José Saramago in "História de um muro branco e de uma neve preta" na Antologia de Vasco Graça Moura - Gloria in Excelsis, Histórias Portuguesas de Natal

domingo, 7 de dezembro de 2008

Natal - Um conto de Miguel Torga


De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis para se aproximar da terra. A necessidade levara-o longe de mais. Pedir é um triste ofício, e pedir em Lourosa, pior. Ninguém dá nada. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser - e beba um desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão alargar os horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padre-nosso. Sim, rezava quando batia a qualquer porta. Gostavam... Lá se tinha fé na oração, isso era outra conversa. As boas acções é que nos salvam. Não se entra no céu com ladainhas, tirassem daí o sentido. A coisa fia mais fino! Mas, enfim... Segue-se que só dando ao canelo por muito largo conseguia viver. E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse de outra maneira. Muito embora trouxesse dez reis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe na cabeça consoar à manjedoira nativa... E a verdade é que nem casa nem família o esperavam. Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra de um borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco da última cozedura... Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos desamparados. Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário colectivo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava, e sentia-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego. Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar conta passava das quatro. E, como anoitecia cedo não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito, batia-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra, parecia coisa ligeira. Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do destino! Valia-lhe o bom feitio. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se para quê?! Não lucrava nada! Chamavam-lhe filósofo... Areias, queriam dizer. Importava-se lá. E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa... Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama! Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia hora de caminho chegou ao adro da ermida. À volta não se enxergava um palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam penitentes. Não havia que ver: nem pensar noutro pouso. E dar graças! Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esquecimento, ou alguma alma pecadora forçara a fechadura. Vá lá! Do mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha. Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois de um clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos é que não. Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel. Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado, e também agradecido ao céu por aquela ajuda, olhou o altar. Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe. Boas festas! - desejou-lhe então, a sorrir também. Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o ar canho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo. Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava? Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra e sentou-se. Mas antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda. É servida? A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também. E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira. - Consoamos aqui os três - disse, com a pureza e a ironia de um patriarca. – A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José.

Miguel Torga, Natal

in Gloria in Excelsis - As Mais Belas Histórias de Natal, antologia de Vasco Graça Moura

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sugestões de Leituras Natalícias


Literatura Infanto-Juvenil

Sonhos de Natal, de António Mota

Contos de Um Mundo Com Esperança, de Isabel Alçada, Matilde Rosa Araújo, José Jorge Letria, Margarida Fonseca Santos, Ana Maria Magalhães e Luísa Ducla Soares

Contos de Natal, de Charles Dickens

Ninguém dá prendas ao Pai Natal, de Ana Saldanha

A Voz do Coração, de Rosa Lobato Faria

Contos de Andersen, de Hans Christian Andersen

Hoje é Natal, de José Vaz

Natal! Natal!, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

A Noite de Natal, de Sophia de Mello Breyner Andresen

O Bando dos Quatro – Um Estranho Natal, de João Aguiar

O Mistério do Natal, de Jostein Gaarder

Se o que procura é uma antologia de contos ou poemas relacionados com o Natal, sugerimos-lhe os seguintes títulos:

Gloria in Excelsis –Histórias Portuguesas de Natal, antologia de Vasco Graça Moura

Natal…Natais – oito séculos de poesia sobre o Natal, antologia de Vasco Graça Moura

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Os Pássaros de Seda - um excerto



"Lembro-me de lhe ter dito, Pareces um cisne e ela respondeu a limpar a boca às costas da mão, Sou um cisne. Sou o cisne da história do tio Zebra, aquele que parecia um intruso no meio das aves do lago, um patinho feio cheio de sonhos à espera que lhe caíssem aquelas penas pardas e baças, curioso de saber o que estaria por debaixo. Ainda tenho muitas penas baças, disse ela e sentou-se na borda da mesa de madeira grossa com o pucarinho na mão, arredondou a anca ao inclinar-se para analisar os próprios tornozelos, sem perceber a minha perturbação deslumbrada. Não te vejo nenhuma pena baça, disse eu à falta de melhor, o que eu queria dizer-lhe era Amo-te, desejo-te, morro de cada vez que me olhas, as tuas mãos macias como asas de pena doce despertam em mim o som de mil cordas de violino, ou é o rumor branco do meu sangue a soluçar."


Excerto de Os Pássaros de Seda de Rosa Lobato de Faria

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cinco Semanas num Balão, de Júlio Verne


Cinco Semanas num Balão, de Júlio Verne. Sem sombra de dúvidas um clássico intemporal que consegue encantar por meio de aventurosas e corajosas palavras toda a sorte de leitores, não-leitores e meio-leitores. Penso que a acção e o risco nos trazem memórias dos tempos que nunca foram, fazendo-nos regredir até épocas em que o instinto era a nossa única arma; partir à descoberta de tudo ou nada…desafiar o que ninguém desafiou, apenas porque quero provar o valor da minha existência…sentir-me vivo…É tudo isto que faz alguém gostar desta obra.
Sim, é possível que uma obra de meados do século XIX possa despertar uma pessoa, tanto pelo seu ritmo acelerado como pelo seu conteúdo grandioso e emocionante, digno de ser relido. O tema da história é a viagem do Dr. Ferguson, criador do balão de hidrogénio e aventureiro de longa data, já conhecido pelas suas grandes expedições e aventuras extremas, que parte com a intenção de atravessar o continente africano de balão, desde a costa oriental até à costa ocidental, acompanhado pelo seu criado Joe e o seu grande amigo, o escocês Dick Kennedy. A equipa parte de Zanzibar, uma ilha situada na costa oriental de África e, tentando manter uma rota mais ou menos paralela à linha do equador, pretendem chegar ao Senegal, na costa ocidental. O que acontecerá a este trio?
Se pretende desfolhar algo furiosamente, este livro é uma boa aposta. Se pretende aprender um pouco sobre balões, este livro é um excelente manual. Se pretende viajar sem sair de casa, criar mentalmente as paisagens de África ou as perigosas tribos africanas, este livro é um bom catálogo de uma ainda melhor agência de viagens. Se pretende ler o livro em busca de “divertimento”, eu nem digo nada…
Está ao vosso critério.
Pedro Oliveira, 11ºA

domingo, 23 de novembro de 2008

Os Pássaros de Seda



Se existem lugares intemporais, que sobrevivem como templos inalteráveis e indestrutíveis, um deles é a Pedra Moura, que abrigou, por entre os pastos verdes e ventos secos, Diamantina e Mário. Diamantina foi a rapariga mais pura e bela que alguma vez aquela terra viu crescer. Tinha mais brilho que um diamante, era dotada como ninguém nas suas mãos de fada e no seu espírito imperturbável e astuto. Foi criada com Mário, que sempre considerou um irmão de alma, de apertos, um símbolo sempre presente, inquebrável, ao qual se segurava. No entanto, Mário, como tantos outros, sucumbiu àquela criatura que parecia ter vindo dos céus, amando-a cada dia, com um amor que sabia esperar, sofrer. Sabendo que Diamantina nunca olharia para ele senão com olhos de irmã, viveu toda a sua vida contentando-se em estar por perto, em ter uma esperança que sabia infrutífera, mas por Diamantina tudo valia a pena. Das mãos dela saíam os mais belos pássaros de seda bordados em colchas, que tinham o dom de deixar boquiabertos quem quer que os visse. Estas colchas tornaram-se famosas e Diamantina deu-se a conhecer ao mundo através delas. Depois de uma infância na Pedra Moura, a ouvir as histórias do tio Zebra e a apreciar os diversos manjares da mãe Margarida, seguiram-se tempos conturbados, que fazem parte do crescimento e aprendizagem de Diamantina e de Mário, mas que não deixaram de ser cruéis. Mário escreve então, antes de morrer, um livro que conta as suas memórias, que não são mais do que as memórias de Diamantina, pois toda a sua vida foi dedicada a ela. E assim a Pedra Moura, onde todos os sonhos começaram e acabaram, continuará para sempre um símbolo do que, em tempos, pareceu perfeito, nem que seja nas páginas escritas por Mário.


Este é o resumo de Os Pássaros de Seda, de Rosa Lobato Faria. O romance que será discutido e comentado no próximo Chá com Livros, no dia 17 de Dezembro, às 14H30, na Biblioteca Escolar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Perfume - história de um assassino



A história acontece no ano de 1738 em Paris e narra a vida de Jean-Baptiste Grenouille que nasceu a 17 de Julho. Esta personagem possui um óptimo olfacto, que o leva a cometer vários assassinatos tentando obter o perfume perfeito.
Nesta época (séc. XVIII) existiam fedores inimagináveis em PARIS. Jean-Baptiste Grenouille nasceu num mercado de peixe, a sua mãe só queria que este morresse, tal como tinha acontecido aos outros quatro filhos.
Grenouille sobreviveu, e sua mãe foi condenada à morte por enforcamento pelo infanticídio dos outros quatro filhos.
Jean-Baptiste foi cuidado por amas até ser levado para um convento. Sem cheiro, e com um olfacto único, causou problemas a quem cuidou dele.
Quando fez 8 anos de idade, foi colocado para trabalhar como aprendiz numa indústria de curtumes, para onde só iam crianças órfãs, porque eram utilizados químicos perigosos. Ficou neste local até aos 12 anos de idade, sem ter contacto com o exterior. Até que lhe é dada ordem para sair e, desta forma comete o seu 1º crime -assassina uma bela jovem e retira-lhe o odor corporal.
Depois, decide aprender mais sobre perfumes e começa a trabalhar numa perfumaria, que acaba por ganhar prestígio com os perfumes de Grenouille. No total, Grenouille comete 26 assassinatos de mulheres (sempre as mais belas e sempre virgens) para fazer o perfume perfeito. Para recolher os odores corporais, utilizava sempre a mesma técnica: rapava-lhes o cabelo, tirava-lhes a roupa e passava-lhes com um pano impregnado de gordura animal por todo o corpo. No entanto, foi apanhado pela polícia no último assassínio, mas já tinha cumprido o seu objectivo: possuía agora a essência de 26 mulheres, e tinha conseguido realizar o perfume desejado, o perfume sublime e perfeito.
É condenado à morte pela guilhotina na praça pública.
Quando chega o dia de execução, ao chegar à praça, abre o frasco do perfume, e todas as pessoas que se encontravam ali são levadas pela loucura, ao ponto de o verem como um anjo. E todos se despem e fazem amor uns com os outros.
Após algum tempo, Grenouille foge.
Assim, chega à sua terra natal, onde encontra uns sem-abrigo e decide despejar todo o frasco do perfume sobre si próprio. Os sem-abrigo sentem uma sensação mais forte do que as pessoas da praça, e Grenouille é, finalmente, comido vivo.
Os sem abrigo, no final, sentem que, por fim, fizeram algo por amor. Sentem-se satisfeitos.
E assim termina esta história deveras arrepiante e perturbadora. Trata-se de um livro que faz apelo a todos os nossos sentidos, mas particularmente ao do olfacto. Através do olfacto, somos conduzidos aos cheiros nauseabundos que povoavam a Paris do Século XVIII e , em muitos momentos, sentimo-nos deveras repugnados! O livro é mestre na arte da descrição, na arte de criar ambientes que envolvem o leitor, que o prendem, que o asfixiam numa atmosfera muito característica. A figura de Grenouille não nos deixa indiferentes - é uma personagem que ora nos provoca piedade ora desperta em nós sentimentos mais negativos.
Um livro a não perder!

Andreia Coelho, 10ºC


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Rosa, minha irmã Rosa


Mariana, filha única, tem dez anos quando Rosa nasce. Agora vai partilhar tudo com a irmã: o quarto, o tempo dos pais, o afecto da família — incluindo a Avó Elisa que desconfia do progresso, e a Tia Magda, que tem um dente de ouro, uma fala que mete medo e só gosta de estrelícias e antúrios. Mas pelo menos a recordação da Avó Lídia e a amizade de Rita ela não quer dividir com mais ninguém. Será que Rosa vai continuar a ser «uma intrusa»?
Leia o livro e encontre a resposta. Rosa, minha irmã Rosa, de Alice Vieira, será o alvo do nosso próximo Chá com Livros. Dia 19 de Novembro, pelas 14H30, marcamos encontro na Biblioteca Escolar e seremos cúmplices de Mariana...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Aquele livro especial...




A meu ver, a leitura é muito importante para todos, desde os mais novos aos mais velhos. Um livro pode trazer-nos algo que procuramos, como, por exemplo, harmonia, tranquilidade, paz de espírito... Pode até responder-nos a perguntas que nos inquietam ao longo da vida.
Existem sempre livros que retratam um pouco de cada um de nós e quando um leitor encontra o "seu livro", ao ler as suas páginas, mergulha na história, podendo assim reflectir sobre a sua vida. Sempre que um leitor necessitar de respostas, poderá encontrá-las relendo o "seu livro".
Eu, por exemplo, identifico-me bastante com o livro A Lua de Joana, e sempre que algo de mau ou até mesmo de bom me acontece, releio aquele livro. Ele ajuda-me a encontrar a razão para "aquilo" estar a acontecer. Tal como isto acontece comigo, acredito que cada pessoa, sempre que precisar, deverá reler o "seu livro".
Um livro é um amigo, pois ouve-nos, percebe-nos e responde-nos sem nos julgar, humilhar ou maltratar. A leitura é, e sempre será, um bem essencial para todos aqueles que acreditam que existe aquele livro especial.
Catarina Grilo, 10ºA

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Sétimo Herói



Quem não gosta de um belo conto de fadas, romântico, heróico e sempre com um final feliz? Devo dizer que não são a minha perdição, porém este enredo imaginário encontra-se criativamente tecido, conseguindo unir o nosso mundo a um outro mundo paralelo, fazendo- -nos reflectir sobre o actual estado da nossa pequena província situada nos confins do universo.
Jorge, rapaz de 18 anos, foi o escolhido para livrar do mal aquele mundo, onde o céu era tingido de um suave rosa, onde as duas luas proporcionavam um luar perfeito e os campos, as florestas e as criaturas mágicas abundavam. Era, apesar de tudo, um mundo em muitos aspectos semelhante ao nosso, contudo vedado de avanços tecnológicos, pois seriam causadores de guerras e desentendimentos entre populações.
A função do rapazito seria libertar a Princesa das garras de um monstro, chamado Miasma (Mimi para os inimigos; nem quero saber qual seria a alcunha para os amigos) que ameaçava submeter o território de Lysitaya às suas ordens – destruindo os espaços verdes e implementando construções nocivas para o ambiente, destruindo florestas e tentando, a todo o custo, lucrar com a desgraça das populações. Muitos outros heróis haviam padecido ao tentar inverter este cenário caótico, contudo a determinação e astúcia da personagem, que se tornou o Sétimo Herói de Lysitaya, falaram mais alto e deram asas a esta aventura épica criada por João Aguiar.
Infelizmente, penso que existem cada vez menos heróis no nosso mundo dispostos a cometer tais actos para nos livrar do mal e da magia negra que teima em sobrepor-se a tudo e a todos, levando-nos irremediavelmente ao encontro com a desgraça. Assim, penso que este livro nos faculta uma lição moral sobre o que andamos a fazer com o nosso planeta, assim como algumas soluções possíveis para que possamos corrigir a nossa maneira de agir hoje em dia.
Termino com este meu último parágrafo e com a informação recebida de fontes seguras de que o livro, para além de conter um marcador magnético muito simpático, possui um dragão que faz palavras cruzadas, palavrões como “Uliavmerovigiocastricortigundericius” e uma cena com uma elfa (entenda-se por “elfa” o feminino de elfo; ainda pensei em meter elfo fêmea) que, parecendo que não, enriquecem o livro. Se quiserem dar uma olhadela estão à vontade.


Pedro Oliveira, 11ºA

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Uma casa sem livros é como um corpo sem alma., Cícero (106 a.C. - 43 a.C)



Como seria o nosso corpo sem alma? Talvez como os pulmões sem ar, uma árvore sem folhas, um céu sem sol, uma noite sem estrelas… Seria, talvez, como uma casa sem livros!...
Um livro é uma espécie de viagem que nos leva a lugares nunca antes imaginados. Pode levar-nos ao céu, levar-nos a voar entre as nuvens, olhando para baixo sem termos medo de cair, voar ao lado de inúmeras espécies de aves, sentindo a brisa no nosso rosto… Pode levar-nos ao mar, para mergulharmos nas suas águas cristalinas, por entre as algas, os corais e os peixes… Pode levar-nos à lua para viajarmos entre as estrelas e (porque não?) por todo o imenso universo!... É de tudo isto que é feita a alma de cada um de nós.
Jessica Lage, 10ºC
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De facto, uma casa sem livros está esvaziada de alma. Os livros contêm muita vida dentro deles, isto é, deles retiramos muitos ensinamentos e muitas experiências já vividas por outros, quer sejam da nossa geração, quer de gerações anteriores. Experiências essas relativas às mais variadas situações da vida, desde o campo da ciência ao campo da literatura.
Os livros numa casa constituem o seu “cérebro”, uma fonte de conhecimento que a enriquece, logo, sem eles, a casa fica certamente esvaziada da sua própria vida!
Ruben Margaço, 10ºB

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Um livro é um bom amigo., Jacques-Henri de Saint-Pierre (1737/1814)


Concordo com esta afirmação, pois um amigo é uma pessoa com quem rimos, choramos e, principalmente, com quem nos identificamos. Com os livros, passa-se o mesmo: há livros com os quais choramos, outros com que rimos, e ainda outros com os quais nos identificamos.
Há livros para todos os gostos! Basta procurá-los, tal como acontece com os bons amigos: temos é de saber encontrá-los…

Liliana Madeira, 10ºA

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

UM LIVRO É UMA JANELA PELA QUAL NOS EVADIMOS, Julian Green (1900-1998)


Esta frase de Julien Green indica-me que um livro pode ser a passagem secreta pela qual nós fugimos furtivamente e onde podemos esquecer todas as nossas frustrações. Na afirmação está presente uma metáfora, pois pretende-se comparar um livro a uma janela que, neste contexto, significa a acção ou acto de escapar.
Filipe Margaço, 10ºB
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Um livro? Uma janela? Sim! Um livro é uma janela em direcção à cultura e ao conhecimento. É uma forma de, por momentos, fugirmos da realidade e vivermos noutro mundo; sentirmos algo que nunca antes imagináramos ser possível e que podemos desfrutar com prazer.
Um livro não é um mero conjunto de palavras ao acaso, mas gestos, atitudes, pensamentos, amor, admiração, dedicação, tristeza, angústia, ódio… Tudo isso procura o autor transmitir a nós, leitores, de modo a deixarmo-nos embalar nesse seu mundo misterioso de palavras.
Julien Green define a sua ideia de livro e, tal como ele, também há quem tenha a opinião de que os livros são a melhor forma, quer de adquirir conhecimento, quer de desenvolver a nossa intelectualidade.
Em Portugal, é pena que não se leia mais!... Com um vasto leque de tão bons escritores, devia-se incentivar a leitura das crianças e dos jovens.
Alexandra Videira, 10ºB
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Todos os géneros de livros são, cada um à sua maneira, janelas pelas quais nos evadimos para um mundo que não é o nosso. Um livro pode ser lido por muitas pessoas, mas nenhuma delas imagina a história e as personagens da mesma maneira. Cada um de nós pode viajar sem limites, sem precisar de sair do seu lugar, através apenas da imaginação, saltando por uma janela enorme a que chamamos LIVRO!
Marina Pereira, 10ºC

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Quando lemos um livro, sentimo-nos como se estivéssemos a flutuar pelo mundo da fantasia. Parece que tudo à nossa volta desaparece, e os únicos a terem existência somos nós e o livro. Ler livros é uma actividade muito importante porque, para além de nos enriquecer, tanto em cultura como em imaginação (pois isso vai depender daquilo que lemos), a leitura proporciona-nos uma fuga à realidade do dia-a-dia.
Jorge José, 10º A
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Um livro sempre foi, é, e continuará a ser, um bom meio pelo qual as pessoas podem ir para além da realidade, e é por isso que os livros são tão importantes.
É através de um livro que o respectivo leitor pode dar asas à sua imaginação, sonhar e, até, embrenhar-se de tal forma na história que acaba por vivê-la com todas as emoções e, por vezes, esquece-se de que aquilo tudo não passa de uma fantasia. É através dos livros que fugimos dos problemas e, por vezes, os confrontamos; é neles que podemos sonhar, por exemplo, com um mundo melhor, que nunca teremos na realidade! É o livro que consegue fazer com que as pessoas, principalmente as crianças, sejam mais sonhadoras, contribuindo, também, para que vivam mais alegres e felizes!...
Luís Ferrolho, 10ºA
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Quando estamos a ler um livro é como se entrássemos num mundo de fantasia. Podemos inventar o seu final, feliz ou triste; podemos fingir que somos as personagens desse mesmo livro; podemos ser o herói da história, ou o vilão, ou até mesmo sermos um dos elementos do par romântico da história…
Os trinta minutos consecutivos que, em média, um bom leitor passa a ler, de noite ou durante o dia, são trinta minutos mágicos, em que temos o poder de soltar toda a nossa imaginação e deixá-la voar livremente por aquelas páginas cheias de emoções.
Diogo Teixeira, 10ºA
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Quem não lê é como se ficasse sempre em casa, distante da janela, em que só pode ver uma pequena parte da paisagem e, por isso, limitar-se a uma vida sem grandes objectivos nem sonhos!..
Os livros são, sem dúvida, a janela que nos permite evadir-nos, já que se abrem para nós, de par em par, trazendo-nos o conhecimento, ao mesmo tempo que nos divertem, inquietam, transportam para longe, e fazem sonhar de olhos abertos!

Ana Margarida, 10ºA






domingo, 12 de outubro de 2008

A Lua de Joana


Um dos livros que mais me marcou até à data foi A Lua de Joana, de Maria Teresa Maia Gonzalez. O livro marcou-me pela carga de veracidade que contém, já que conta a história de Joana, uma adolescente que, após a morte da sua melhor amiga, decidiu escrever-lhe cartas, de modo a prolongar a amizade que existia entre as duas; mas também na tentativa desesperada de compreender a amiga que se tinha envolvido no mundo da droga, de forma fatal.
Este livro levou-me a reflectir sobre o isolamento e incompreensão em que se encontram muitos adolescentes, e sobre como é tão fácil cair-se na tentação e no vício, um caminho, muitas vezes, sem regresso… É uma lição de vida que vale a pena ler!

Ana Margarida, 10ºA

Marley e eu



Um livro que me marcou foi Marley e eu. Li-o há pouco tempo e, por acaso, na primeira vez em que lhe peguei, nem lhe prestei muita atenção… A história fala de um cão que, ao longo do tempo, conseguiu “ensinar” alguns valores aos seus donos, tais como a lealdade e a amizade. Sendo Marley um cão mal comportado, não seria de esperar que tal acontecesse… Depois de o ler, comecei a olhar para os cães de outra forma, e a tentar descobrir e perceber algumas das suas “atitudes”que, por vezes, parecem ser muito mais do que meros instintos!

Catarina Morgado, 10ºA

Alice entre dois amores


O livro que mais me marcou foi Alice entre dois amores, porque fala sobre uma adolescente que descobre muitos sentimentos e emoções novas ao entrar nesta fase tão especial da sua vida.
Alice chega à conclusão de que precisa de estabelecer prioridades na sua vida, a primeira das quais é conseguir que a sua professora preferida, Miss Summers, se case com o seu pai e se torne sua madrasta, visto que Alice perdeu a sua mãe quando tinha apenas quatro anos. O problema é que o vice-director da escola também quer casar-se com Miss Summers, e esta última parece ter dificuldades em decidir-se. Ao mesmo tempo, Alice enfrenta uma situação delicada na sua vida pessoal: tem dois rapazes interessados nela! Um deles é o seu namorado de sempre, Patrick, o outro é Sam, colega do Clube de Fotografia. Assim, Alice vai ter de decidir com quer ficar e, ao mesmo tempo, fazer de tudo para juntar o seu pai com a sua professora…
No final, ela consegue o que pretende e continua com o seu namorado de sempre, no meio de muitas aventuras, que envolvem, quase sempre, as suas duas melhores amigas… Coisas de adolescentes, sem dúvida!

Marina Pereira, 10ºC

ACONTECEU COMIGO


Não sou grande fã de livros juvenis. É algo que não me atrai muito… Mas também não são aqueles livros escritos em português do século XVI que me cativam!
Eu gosto de livros que falem sobre a vida real, sobre problemas reais, de pessoas reais. É certo que também aprecio histórias com personagens fictícias, mas que tenham problemas reais, e não problemas surrealistas que, na nossa vida real, seriam impossíveis de resolver!
Um dos livros que mais me marcou até hoje foi o livro Aconteceu Comigo. Trata-se de uma compilação de vários relatos de jovens que tiveram de enfrentar várias dificuldades, como a violação, a anorexia, a homossexualidade, problemas familiares, entre outros. Li este livro porque, na altura, estava a escrever uma peça de teatro, e precisava de alguma inspiração para cumprir o meu objectivo: escrever sobre problemas reais, de jovens reais, e o livro em questão revelou-se uma ajuda preciosa, ao mostrar-me os verdadeiros obstáculos com que os jovens podem deparar-se.


Jessica Lage, 10ºC



quarta-feira, 8 de outubro de 2008

ELIZABETH, A IDADE DO OURO





O livro Elizabeth, A Idade de Ouro é um romance, de Tasha Alexander, que remonta a um período de guerras religiosas.
Em Inglaterra, reina uma rainha protestante que luta contra os católicos Espanhóis, sendo o seu principal inimigo, o Rei Filipe. A corte relembra frequentemente à rainha que deveria casar-se e deixar descendência, o povo chega mesmo a apresentar-lhe uma petição a exigir-lhe que case.
Entretanto, Isabel era alvo de conspiração por parte de Maria I (Maria é a ex-rainha da Escócia e prima de Isabel I). Depois de vários ataques à rainha, por parte de Maria I, os conselheiros pedem-lhe para mandar executar Maria I. Porém, Isabel não concorda de imediato, pois lembra-se do que aconteceu à mãe, Ana Bolena, que morreu executada antes de Isabel completar três anos. Ana Bolena tinha sido acusada de adultério.
Isabel apaixona-se por Walter Raleigh, o capitão de um galeão que procura novos territórios para futuras colónias inglesas e que acaba por atracar em Inglaterra. Inicia-se, assim, uma parte do romance, recheada de emoções, sentimentos, ilusões e desilusões…
Raleigh, à medida que se apaixona por Isabel, também se apaixona por Bess, uma rapariga extremamente bonita, e, além disso, a aia preferida da rainha. Raleigh e Bess começam a encontrar-se às escondidas, pois sabem que para uma aia ser cortejada , é necessária a autorização da rainha e ambos sabem que Isabel nunca irá concedê-la, pois também ela ama Raleigh. Ainda assim, Isabel consente que Raleigh e Bess namorisquem, tendo como última finalidade fazer com que Raleigh esteja próximo de si. Entretanto, são encontrados papéis com nomes de portos ingleses que haviam sido atacados por Espanha, tendo este plano de invasão ficado designado por “ A missão de Inglaterra” e sendo Maria I o centro da conspiração.
Os Espanhóis querem o povo de novo nas igrejas, pois Filipe não quer ser governante de hereges.
Raleigh é nomeado capitão da Guarda pessoal da rainha, o que o impede de partir. Maria é executada, depois de se provar o seu envolvimento no atentado à rainha. Gera-se uma guerra entre as forças religiosas dos dois países.
Isabel junta-se ao seu exército em Tilbury para incentivar as suas tropas. É um momento deveras emocionante, que mostra a grande força e determinação que esta rainha impôs.
Raleigh também participa na guerra, pois é um marinheiro hábil, um combatente experiente e alguém capaz de motivar o exército Inglês.
A frota e o exército regressam a casa! A Inglaterra acaba por vencer Espanha. Isabel é aclamada e conquista definitivamente o seu povo.
Trata-se de um livro que cativa desde o primeiro instante, pela forma dinâmica, envolvente, até empolgante, como está escrito. Ao mesmo tempo que aprendemos sobre um período de ouro da História de Inglaterra, acompanhamos a par e passo uma história de amor que acaba por ser posta em causa, quando o destino de uma grande nação toma dianteira.

Elisabete Prudêncio, 11ºC

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Casa das Bengalas de António Mota



Foi uma agradável surpresa, porque o livro é muito interessante. Não é um livro de aventuras, de suspense, de cenas irreais, fantásticas como eu estava à espera. Contudo, é um livro que reúne todos os ingredientes. É um livro com uma linguagem simples, é realista, fala de um problema actual (os idosos), tem cenas divertidas, lida com emoções, faz-nos reflectir e, ao mesmo tempo, transmite-nos sentimentos de amor, de nostalgia (...), egoísmo(...)

Este livro é muito profundo, na sua essência. As descrições são de tal maneira perfeitas que, se eu fechar os olhos, consigo visualizar as várias personagens. A sensibilidade do escritor é tão grande, que penso que, o problema aqui retratado, deve ser bastante familiar ao autor.

Agradeço muito ao escritor António Mota por me ter enriquecido como pessoa e me ter provocado emoções de vária natureza. Este foi o primeiro de muitos outros livros que pretendo ler deste grande escritor.


3º Prémio do Concurso Literário António Mota


João Amaro da Fonseca e Castro Domingues
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A Casa das Bengalas, de António Mota, é um livro pequeno mas grande que nos faz reflectir sobre algo que, segundo a ordem normal da vida, é inevitável – a VELHICE – a decadência física, a dependência, o amanhã e o – agora para onde vou?
Em A Casa das Bengalas “revivemos” os nossos queridos avós e bisavós, o drama de quem fica com quem, de quem toma conta, de quem limpa, de quem perde o fim-de-semana para ouvir repetidas, recontadas e “repisadas” histórias de há quinhentos anos.
Não é “lamechas”, não! No entanto, não deixamos de recordar com saudade, com ternura, e mesmo com uma lágrima envergonhada ou “desavergonhada”, aquele ou aquela amigo/a incondicional dos nossos momentos mais felizes e menos felizes. Aquele/a que nos trazia amorosamente ao colo ou às costas, a fazer deste ou daquele animal; que escondia deliciosas gulodices naquele sítio tão secreto e tão pouco secreto que “refingíamos” descobrir mal chegávamos para a visita mensal.
Que saudades daquele tempo em que chegava a casa e dizia – avô, hoje aprendi o sete! ou – repara, avó, como sei dançar em pontas; um dia quero ser bailarina!
Não é esta a história, não será esta a sinopse do livro, mas é isto que lá está, é isto que eu “vejo” e que, mais tarde, quando passarem, alguns anos, tu também verás!

C. M.

sábado, 13 de setembro de 2008

Livro da Minha Vida



Todos nós já passámos pela experiência de abrir um livro, começar a ler e não conseguir parar até o terminar. Este livro prendeu a nossa atenção, influenciou-nos de alguma forma. Talvez tenha sido o autor, a história em si ou as situações descritas com as quais nos identificámos porque nos fizeram rever a nossa experiência pessoal, acordaram os nossos sonhos ou lembraram os nossos medos… Esse livro marcou-nos de forma especial.
Lançamos aqui um desafio. Partilha connosco a tua experiência de leitura e diz-nos qual o livro da tua vida e porquê.

Viajando nos Livros...

Este blogue pretende incentivar a escola a desenvolver uma cultura integrada de leitura, envolvendo toda a comunidade escolar. Destina-se a alunos, professores, encarregados de educação, auxiliares da acção educativa, pessoal administrativo… É fundamental a participação de todos para que este blogue se mantenha vivo, pois só assim se justifica a sua existência.
Mensalmente seleccionaremos um livro. Lê-o e partilha a tua experiência como leitor. A tua palavra conta e ajuda a promover a leitura.

Livro do mês de Outubro: A Casa das Bengalas de António Mota