quarta-feira, 9 de março de 2011

Don Juan, de Gonzalo Torrente Ballester

Dos mais jovens aos mais velhos já todos, algum dia, ouvimos falar do famoso sedutor andaluz Don Juan. E aposto que a mera menção do nome faz despertar alguns sorrisos malandros porque todos temos no nosso círculo de amigos ou conhecidos o nosso próprio Don Juan, um impenitente conquistador, sempre pronto a lançar os seus olhares fatais a mais uma rapariga bonita. A verdade é que só as personagens mais extraordinárias e "humanas" conseguem a proeza de ficar no nosso imaginário e sobreviver, sempre jovens, à passagem dos anos.
Também por essa razão podemos dizer que é longa a lista de artistas que tomaram Don Juan como fonte de inspiração para obras que vão da ópera à pintura, passando pela literatura.
Em matéria literária, gosto especialmente do Don Juan de Gonzalo Torrente Ballester, um herói inconformado, destemido, sempre pronto a enfrentar quem se atravessa no caminho das suas convicções, e, talvez mais importante, um verdadeiro admirador da Mulher (afinal quatro séculos de aventuras não podem deixar de conferir grandes conhecimentos acerca da alma feminina!).
Aqui fica, como convite à leitura, um excerto do romance:
"- Não há quem entenda as mulheres.
- Não digas asneiras.
- A máxima faz parte da minha filosofia pessoal. Acho que as mulheres são como as ondas do mar. Sabe-se, porventura, a causa do seu movimento? Alguém já averiguou porque é que o mar é imenso e misterioso? No entanto, banhamo-nos nele e às vezes conseguimos navegá-lo. Às mulheres acontece-lhes o mesmo: são imensas, misteriosas e móveis."
S.N.

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