Aclamado pela crítica e pelo público, Pequena Abelha, pareceu-me logo nas primeiras páginas um daqueles livros destinados a transformar-se em filme. O ritmo narrativo, a qualidade das descrições, a estranheza das personagens e a originalidade da história são um convite irrecusável, em primeiro lugar, à leitura para desvendarmos o final misterioso e, em segundo lugar, àquela imaginação galopante que nos faz escolher banda sonora, cenário, actores e realizador para o filme que gostaríamos de ver num cinema perto de nós.
Quem me recomendou o livro, disse-me "o final é surpreendente e muito especial", e, de facto, a história de dois destinos que se cruzam e obrigam a uma escolha terrível (com todas as consequências que as decisões difíceis sempre trazem) prendeu-me e levou-me a acreditar que o desfecho seria extraordinário. No entanto, para meu espanto, o final foi decepcionante como aqueles embrulhos deslumbrantes que, depois de abrimos, revelam apenas uma caixa de papelão, sem cor, sem vida. Porém, vale a pena a leitura se conseguirmos fazer o exercício seguinte: parar na página 250, respirar fundo e criar o nosso próprio final.
S.N.
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