quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Já não se escrevem cartas de Amor, de Mário Zambujal


«A certa altura, decidi que não poderia passar a noite parado como um legume, apelei à pouca coragem e disse para mim próprio: “Seja o que Deus e ela quiserem.” Avancei lesto para a mesa de Erika e, lá chegado, tomou-me uma sensação de fracasso inevitável, mesmo de ridículo. Balbuciei por fim: - A menina não quer dançar comigo, pois não?»


Duarte é um jovem bon vivant, que, entre as noites glamorosas passadas no Grande Casino Internacional do Estoril, as tardes de café no Chave D’Ouro, no Palladium ou no Martinho do Rossio e a vida boémia nas boîtes da capital, vê o seu coração ser arrebatado por uma jovem alta, esguia, loura e de sorriso luminoso, de nome Erika.

Mário Zambujal transporta-nos, nesta novela de prosa clara e original, pautada de humor, imaginação e sensibilidade, numa viagem de imagens e memórias, à Lisboa dos anos 50. Uma época de apetites e excessos. De paixões e desventuras. Era um tempo em que havia tempo. Até se escreviam cartas de amor.

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