sexta-feira, 17 de abril de 2009

FELIZMENTE HÁ LUAR, de Luís de Sttau Monteiro


Trata-se de um drama narrativo, dentro dos princípios do teatro épico, que faz a “trágica apoteose” do movimento liberal oitocentista em Portugal. O protagonista, apesar de nunca aparecer em cena, representa a esperança do povo, das perseguições dos governadores e da revolta impotente da sua mulher e dos seus amigos. Amado por uns, é odiado por outros que temem perder o poder. Gomes Freire é acusado de chefe da revolta, de estrangeirado e grão – mestre da Maçonaria, por ser um soldado brilhante e idolatrado pelo povo. Os governantes: Miguel Forjaz, Beresford e Principal Sousa perseguem, prendem e mandam executar o General e os restantes conspiradores através da morte na fogueira para eles, aquela execução, à noite, constituía uma forma de aviso e de dissuasão de outros revoltosos. Para Matilde Melo, a mulher do General, e para mais pessoas era uma luz a seguir na luta pela liberdade. Na evocação da figura do General, há a ânsia de liberdade e a luta pela justiça contra os opressores. Sttau Monteiro recorre a um exemplo da História portuguesa, para denunciar a ditadura fascista, a violência, as perseguições e a opressão que se vivia nos anos sessenta do século XX – época em que foi escrita esta obra.

Felizmente há Luar recupera acontecimentos do início do século XIX, para denunciar a situação social e política do país nos anos 60. As personagens psicologicamente densas e vivas, os comentários irónicos e mordazes, a denúncia da hipocrisia da sociedade e a defesa intransigente da justiça social são características marcantes na sua obra. A peça foi suprimida pela censura da ditadura. Foi, pela primeira vez representada em Paris em 1969 e só chegaria aos palcos portugueses em 1978, no Teatro Nacional.
in pt.shvoong.com/books/1783923-felizmente-há-luar

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